20 novembro 2007

Australia, Surf Clubes e piscinas olímpicas nas praias

Eu sempre ouvi falar dos famosos Surf Clubs da Austrália sendo uma das minhas grandes curiosidades aqui. E me surpreendeu, pois são bem operacionais em todas as praias com: salva-vidas, jet-skis, equipamentos esportivos, atividades com a população, escolas de surf e banheiros. No andar de cima geralmente salas de jogos e restaurantes, além do acervos cultural com fotos antigas da praia e do incrível campeonato nacional de salva-vidas e nadadores que eles realizam todos os anos. Muito legal ter um lugar que pode reunir diferentes tipos de pessoas.

O dia-dia os salva-vidas é diferente do Brasil. Trabalham demarcando área para banhistas e quem se atreve a mergulhar em outras áreas toma um pito com direito a alto-falante, vi varias vezes isso e chega a ser engraçado. O risco de tubarões está sempre a tona para os salva-vidas, que executam um ótimo trabalho e quando necessário soam o alarme evacuando a área.

Outra atração, que mostra essa confraternização em contato com o mar, são as piscinas olímpicas de água salgada em todas as praias de Sydney. Tipo uma área de lazer, nas rochas costeiras. Reúne banhistas e nadadores, protegidos dos tubarões. Muito bacana, além de proporcionar uma excelente visão do outside.

Pássaros em todos os cantos
Outro aspecto encantador da Austrália é a variedade de pássaros com seus cantos diferentes: em dupla como os piriquitos coloridos chamados de “lorikeet”, todos os dias fim de tarde eles fazem um verdadeiro coro. Cockatoo é pássaro branco com uma juba amarela, uma marca registrada daqui, e o corvo preto tem um canto muito engraçado que parece um bebe chorão.

01 novembro 2007

Pagína de Vídeos de surf completa um ano

A cada dia o surf ganha novos admiradores por suas linhas nas ondas integrando o homem a natureza. Esse fascínio pode ser expressado ao surfar ou pela ascendente arte que o surf gera como: filmes, fotos, vídeos,  pinturas, livros e textos.

A pagina de vídeos www.youtube.com/isabellenara, está fazendo aniversário de um ano em dezembro de 2007. O canal conta com 45 videos de surf e ultrapassou 45.000 exibições nesta semana.“ Estou muito contente com o índice de publico que consegui em uma ano,  mais de 40 mil já da para lotar um estádio! E  com esse resultado posso ter uma estimativa para os próximos anos de trabalho,”  diz Isabelle Nara criadora da pagina de vídeos, responsável coleta e edição de imagens.

Até agora os vídeos de maior sucesso são os dois trailers do DVD Ala Feminina Brasil, gravado nos anos de 2004 e 2005 nos campeonatos de surf brasileiros, retratando a categoria de surf feminino. Outros vídeos de destaque são as finais do Billabong Pro Girls Itacaré em 2006 e 2007. 

Nesta pagina o publico vai poder encontrar imagens de surf no Brasil, Tahiti Teahupoo, Fiji, Gold Coat, Hawaii, Sydney.  E ainda vem mais em 2008 com as novas produções da jornalista e produtora de vídeos de surf Isabelle Nara.

 “ Daqui em diante pretendo continuar desenvolvendo vídeos em campeonatos de surf , e tocar umas filmagens no Ala Feminina e o documentário Gaia Surf Tour – Oceânia”  diz a jornalista que atualmente está na Austrália, e de lá continua sua expedição por picos de surf.

Isabelle Nara viaja para Austrália com o apoio de www.lojasbompreco.com

Radical Zone Vídeos


 

 

14 outubro 2007

Brasileira é barrada na disputa pela liderança do WCT Feminino

Silvana lima é a surfista que agora segura mais alto o sonho brasileiro de conquistar o titulo do WCT. A cearense esta no seu segundo ano na elite das Tops 17 do surf feminino e já vem tirando o sono de muita surfista, com seu estilo inovador entre as meninas. Agora ela segue firme na briga pelo titulo da temporada 2007, acumulando um 3˚, 9˚ e três 2˚ posições.

Atualmente é vice-líder do ranking, com três finais consecutivas que mostram o seu potencial de campeã. E ainda, tendo que ser barrada sem o mínimo de bom senso da comissão técnica australiana, na 5˚ etapa do WCT feminino que já entrou para a história do surf brasileiro, como mais uma barreira a ser superada: o favoritismo.

As 9 horas da manhã no outside de Curl-Curl em Northen Beaches, Sydney Austrália, apita a sirene para o inicio da grande final no NAB Beachley Classic 2007. O time brasileiro bem representado por Silvana Lima contra a australiana Stephanie Gilmore, favorita e campeã dessa mesma etapa no ano passado. O coração dos brasileiros se unem na torcida fora e dentro do mar com a Sil, incentivando a sua primeira vitória no WCT, tão sonhada pela protagonista e seus fãns. E para a minha surpresa nas areias australianas, nenhuma bandeira, torcida fraca ou aplausos na “Terra do Surf”, para as surfistas locais e que tem o maior número de atletas no WCT masculino e feminino. Enquanto que os brasileiros fanáticos com torcida organizada!!

Quebrando praticamente só a vala das direitas, com as duas atletas regular, o duelo prometia ser ponto a ponto e não deu outra. Silvana pega as duas primeiras ondas da bateria e já começa se jogando numa junção assustadora e voando para aquecer as turbinas. Na sequência Silvana entra com um floter e manobra no critico da junção que não passa dos 7,17 pontos. Gilmore já atenta para a disputa pega uma esquerda e dá umas batidas, sem nada de especial. Em seguida dropa uma boa direita que abre legal, mandando quatro manobras, formando um leque mas sem muita radicalidade na finalização, atingindo incríveis 9 pontos.

Nesse momento deu para sentir o que estava por vir... A brasileira entra numa onda e escorrega sem pontuar e a australiana pega mais duas ondas fracas, manda um floter alto mas não consegue finalizar. Na sequencia Silvana pega uma ótima onda, na 1˚ rasgada um leque, depois uma batida na cara da onda, uma rabetada na junção que tira as quilhas para fora d’agua e voltando com muiiito estilo. Fazendo o publico vibrar a cada momento, muito emocionante. Nesse momento veio na minha percepção é hoje!! Mas ao mesmo tempo, ainda me concentrando em toda a filmagem, senti algo diferente e me veio uma tristeza. Como que se a vitória fosse escapar por pouco... Saindo então mais uma nota em torno de sete...7,23 pts, decepção num julgamento impreciso.

Na sequência mais uma onda da Gilmore com duas rasgadas boas, jogando agua, mas na ultima manobra ela cai e os juízes soltam 6,07 pontos. Nesse momento Silvana persiste sentindo que tem mais uma pedra no seu caminho, e que não é só as ondas ou o surf da Stephanie mas alguém querendo segurar os resultados. Pega duas ondas sem pontuar e na terceira arrebenta atingindo 8,10 pontos.

Gilmore sente sua prioridade no território australiano, precisando de 6,33 pts, pega uma onda meio torta, manda 4 manobras que não encaixam no critico e vem a bomba: 6,43 pts. Uma virada inexplicável na vantagem de 0,1 ponto numa onda sem expressão. Silvana ainda segue firme mas sente na pele a injustiça, precisando de 7 pega a ultima onda da bateria manda duas rasgadas boas e na ultima manobra cai e pontua 5,57. A brasileira sai do mar revoltada, com todo direito, por essa confusão que deixaram acontecer na maior etapa do circuito mundial de surf feminino.

Silvana Lima: “ Não é possível que isso esteja acontecendo, e só por causa de três pessoas, tem cinco juizes e três erram! Só porque é a Stephanie Gilmore? Você viu a nota que me deram? 7,5 naquela onda com um floter e manobra na junção, não entra na minha cabeça isso... Eles deviam pagar multa, já que agente paga multa, eles também deviam! Pois isso não está certo, foi ridículo!”

Pedro Robalo, técnico da atleta Silvana Lima “Eu gostei muito do desempenho da Silvana neste campeonato, algumas das melhores baterias que a Sil já disputou taticamente. Está bem focada, sabe exatamente o que fazer durante as baterias. Eu acredito que ela esta pronta para conquistar o titulo e agente vai seguir na briga mesmo com tudo isso.”

Stephanie sai do mar com os olhos arregalados e parece não acreditar que levou vantagem em casa, pela a equipe dos juizes sendo comandada pelo head jud que perdeu a noção do seu trabalho, em ser imparcial, para dar pontos a sua favorita. Empurrada com um tapinha nas costas Gilmore conquista a sua 1˚ vitória em 2007.

“Eu sei que de todo jeito ela ganhou e não sei como isso esta acontecendo... Foi a primeira vez que surfei numa bateria contra a Silvana e eu estava com muito medo. Ela é incrível, sempre arrebenta fazendo aéreos e manobras alucinantes. Na minha mente ela é a melhor surfista no tour wct deste ano. Com toda certeza essa foi uma das baterias mais difíceis na minha vida.” Diz a australiana que com a vitória assumiu a liderança do ranking com 4308 pts.

Logo depois de Silvana se acalmar, com as orientações de seu técnico Robalo, a atleta sobe para as entrevistas da ASP, sendo aplaudida fortemente por todos que presenciaram a disputa desta bateria. Uma decisão equivoca que pode contar na disputa de um titulo mundial. Na pontuação do ranking Silvana está a menos de 100 pontos de Stephanie, com 4226 e agora segue com muita sede no final de outubro na 6˚ etapa do WCT, Peru América Latina. “Esse resultado foi muito importante e não acredito que perdi mas ainda tem mais 3 etapas”, diz Silvana se conformando com o resultado.

Jacqueline Silva, brasileira há 10 anos no WCT: “Os juizes soltaram muita nota nas ondas da Stephanie e a Silvana saiu prejudicada. Achei injusto o resultado. Não desmerecendo a Gilmore que pegou umas ondas, mas a Silvana surfou muito bem, está na disputa do titulo e veio de dois vice-campeonatos. Tenho certeza que ela entrou para ganhar e ganhou! Só que os juizes não deram. E isso vem acontecendo em alguns julgamentos durante o ano, os juizes acabam soltando mais nota para surfistas que tem nome. Pior é que não é a Stephanie a culpada, quem da nota são os juizes e eu também acho que eles deviam pagar multa.”

Chelsea Georgeson, australiana campeã mundial 2005: Foi uma bateria muito complicada e numa decisão é sempre difícil. As duas surfaram muito bem, disputa acirrada com uma diferença muito pequena. É sempre difícil quando acaba numa situação dessa, para os juizes conseguirem separar quem é a melhor, e eu prefiro não comentar sobre quem saiu na frente.

Layne Beachley, australiana 7X campeã mundial: “Eu não vi a final, mas a disputa do titulo deste ano vai ficar entre a Stephanie Gilmore e a Silvana Lima. As duas tem um surfe muito inovador e estou muito orgulhosa da nova geração do surf feminino no WCT.

Isabelle videomaker viaja para a Australia com o apoio de:
www.lojasbompreco.com, www.vm4.com.br e www.mormaiieyewear.com.br

Confira o vídeo da final na integra:
http://www.youtube.com/watch?v=8qhwIWYJIZ0

Video editado clique aqui:
www.youtube.com/isabellenara
http://www.youtube.com/watch?v=ac-_gA1h5Yo

09 outubro 2007

Açaí é o luxo brasileiro na Austrália


O açaí brasileiro vem conquistando o paladar das tops do WCT feminino na 5˚ etapa em Manly Beach, Sydney NSW Austrália. Todos os dias de manhã rola um café para as atletas e organização e o açaí vem sendo a grande atração. Foi uma exigência no cardápio feita pela australiana 7x campeã mundial Layne Beachley, que é uma grande fã da fruta importada da Floresta Amazônica.”Eu amo comer açaí. É realmente refrescante e ótimo para começar o dia! Como cafeína... e é uma fruta natural muito gostosa”, diz Layne uma das organizadoras do evento se deliciando com o café.

Fazem mais de 3 anos que Américo Tonetti, diretor da Amazon Power, é responsável pela importação e distribuição da fruta em estabelecimentos na Austrália. Eles ensinam a preparar essa fruta tão exótica para o povo australiano. “É legal porque dá energia para os atletas e eles definitivamente adoram”.

Ano passado o açaí também foi solicitado a convite da organização para ser distribuído para os atletas, convidados e staff na etapa em Sydney. O grupo também já trabalhou em outros eventos como o Quiksilver Pro na Gold Coast, onde segundo Américo a fila era grande e freqüentada pelos astros do surf. ”Tinha a fila para o pessoal pegar o açaí na tigela, o pessoal pegava e voltava para o final da fila. Ai vinha conversando para em seguida repetir a dose. Os Tops 44 curtiram muito como o Kelly Slater que sempre tava com um pote na mão. E era engraçado porque agente não vencia de tanto açaí e o pessoal ficava esperando os potes chegarem”. Diz Américo amarradão no negocio que deu certo no mercado do surf.

Enquanto conversava com o Américo sobre o sucesso do açaí por aqui, chegou a surfista australiana Claire Bevilacqua que antes de ir fazer um surf treino perguntou até que horas o açaí fica no café da manhã. E confessou: “Eu adoro comer açaí depois de surfar, porque é uma fruta muito energética. É uma comida muito irada e ótima para a saúde, definitivamente é o meu tipo de comida!”

Jessi Myler Dyer, Nicola Atherton, Silvana Lima também adoram comer açaí. É um pedacinho do Brasil que começa a invadir os principais eventos de surf no mundo.


Agradecimentos para a produção de reportagens na Austrália.
www.lojasbompreco.com, Mormaii Eye Wear

20 agosto 2007

Itacaré reúne ondas e um visual de tirar o fôlego

O pequeno vilarejo de Itacaré é localizado na Costa do Cacau ao Sul da Bahia. Fica a 70 km ao norte de Ilhéus, situada numa plataforma continental de aproximadamente 8 milhas. Permitindo que as ondas do oceano cheguem com constância, impacto e força inigualável a outros picos do litoral baiano.O pico foi descoberto no inicio da década de 70 por surfistas da Bahia que se aventuravam nas estradinhas aos redores de Ilhéus em busca de boas ondas. Com toda certeza ficaram deslumbrados com a vista do paraíso.... Um relevo submarino, condições geográficas e a mata atlântica que fazem da região uma dos melhores points para o eco turismo e pratica de surf no Brasil. Assim, Itacaré vêm se transformando num dos melhores destinos turísticos para surfistas de todo o mundo que visitam o Brasil. Conheça as ondas do pico que se transformou a partir de 2006 na sede da etapa brasileira no mundial de surf feminino, WCT.

Tiririca
Mais próxima ao centro, na Pituba, beachbreak com ondas fortes e tubulares, esquerdas e direitas, podendo variar de meio a três metros. O pico mais constante de Itacaré, com crowd e presença dos locais todos os dias. Sendo a praia preferida para a realização de campeonatos já tendo sediado diversos eventos de nível regional, estadual e agora com 2 etapas do mundial feminino.

Costa
Beachbreak adjacente a Tiririca com direitas e esquerdas tubulares, podendo chegar a 3 metros. Nos seus melhores dias rolam sessão de tubos até a Tiririca.

Prainha
Acesso a partir de uma trilha com 40 minutos de caminhada na mata atlântica. Beachbreak alucinante com esquerdas e direitas. O canto esquerdo, com um fundo de pedra, proporciona uma esquerda com formação de point break. Um verdadeiro paraíso com ondas tubulares, séries constantes variando entre meio a 2 metros, surfáveis.

Itacarezinho
Acesso a partir da rodovia há 18 km de Itacaré. Praia grande e extensa, com a melhor sessão de surf logo cedo sem o vento. Quebra de meio a dois metros. Há um recife de corais no outside que proporciona perfeição nas ondas. Recebeu a 4˚ etapa do Supersurf 2006 consagrando a carioca Andréa Lópes tetracampeã brasileira de surf profissional.

Havaizinho
Acesso a partir da rodovia, há 15 km de Itacaré, onde também se inicia a trilha que dá acesso a engenhoca. Três pequenas praias com diferentes picos, não é muito constante mas é possível encontrar boas ondas ocasionalmente.

Engenhoca
Mesmo caminho do Havaizinho, buscar a trilha de 20 minutos de caminhada até chegar no pico. Beachbreak com formação de pointbreak, praia em formato de ferradura que possui direitas e esquerdas. Possui um canal para se chegar ao outside, o que facilita o surf em dias grandes. Quebra de meio a três metros e as esquerdas são mais constantes e manobráveis.

Jeribucaçu
Beachbreak de rara beleza pela foz do rio Jeribucaçu. Possui bons picos de esquerdas e direitas. O acesso é feito pela rodovia há 9 km de Itacaré e uma trilha de 40 minutos até a praia, quebra de meio a dois metros e meio surfaveis.

Corais
Quebra na sua melhor forma de 2 a 3 metros, uma onda tubular de alta qualidade que arrebenta sobre um recife de Corais. Possui diferentes picos de esquerdas e direitas dentro da mesma bancada que recebem diferentes nomes como: Corais, Barbudo e Jardim. Crowd intenso formado pelos locais é uma onda para surfistas mais experientes e com bom preparo físico.

Praia do pontal e boca da barra
Próximo ao centro de Itacaré, o acesso se dá a partir da praia da Concha. Suporta grande ondulações, surfavel de 1 a 4 metros. Onda manobrável de alta qualidade formada pelo banco de areia da foz do Rio de Contas. O trecho inicial da onda recebe o nome de Boca da Barra e só arrebenta quando os beachbreaks estão fechando. A bancada do inside se chama Pontal e pode apresentar tubos extensos. Em dias grandes as diferentes sessões se conectam permitindo se surfar ondas de mais de dois minutos. Não é muito frequentada devido as fortes correntezas e a presença de peixes grandes que se aproximam da Foz do rio para se alimentarem.

Resende
Beach break com meio a dois metros, boas ondas nas marés intermediárias. É uma praia pequena e com fortes correntes. Em grandes swells a onda fecha constantemente, pico tranqüilo sem crowd.

Onde ficar:
Pousada Pedra Torta - 73-32513278 – reservas@pousadapedratorta.com.br
Pousada Vira canoa - 73- 3251-2525 – www.viracanoa.com.br
Pousada Pituba – 73- 3251-2050 – pousadapitubabahia@yahoo.com.br
Pousada Shangrila – 73 – 3251-2571 pousadashangrila@yahoo.com.br
Pousada papa terra - 73 – 3251-2137 – www.papaterra.com.br

Onde comer:
Restaurante Mistura Fina – 73 3251-2289

Informações: www.itacare.com

02 julho 2007

Entrevista com Juliana Freitas no Tahiti

A bodyboarder Julina Freitas marcou a presença do surf feminino brasileiro nas morras de Teahupoo num swell que chegou a 12 pés em abril e maio. Simplesmente ela era a única mulher no outside, entre os melhores surfistas do mundo, se arriscando nos tudos insanos de uma das ondas mais perfeitas do mundo.

Como você começou a surfar? Comecei aos 14 anos em Sao Vicente, litoral de SP, por embalo de minhas amigas e acabei gostando! Elas pararam e eu continuei, antes de surfar sempre fui fissurada por esportes radicais, fiz de tudo um pouco. Eu amava patins in-line, competi por um bom tempo, ja quebrei muitos ossos por causa disso...rsrsrsrsr Mas apos conhecer o bodyboard, fui deixando o in-line de lado e quando vi em menos de um ano de surf já estava nas competições! De primeira fui só para ver como era, minhas professoras de bodyboard me inscreveram num campeonato. E depois deste eu nunca mais parei, consegui boas colocações em praticamente todos. E assim começou a minha busca por patrocínios. Virou minha paixão, viajei pelo Brasil nas competições, muito show! Tive bons patrocínios e pessoas abençoadas por Deus que me apoiaram e acreditaram em meu potencial!Competi durante anos só no Brasil, mas meu sonho realmente estava nas ondas em que eu via nos filmes, que tanto me fascinavam...e duas eram asque eu sonhava Pipeline e Teahupoo!!

 Como foi sua primeira viagem internacional? Corri atrás de empresas que me ajudassem a realizar este sonho, mas como no esporte é difícil conseguir patrocinadores fiquei um tempo sonhando e treinando muito, pois sabia q uma hora este sonho seria realizado! Apos mudar para o Guarujá, comecei a treinar muito e levar todos os meus resultados de competições para a Secretaria de esportes da cidade e eles começaram a me apoiar. Apos conseguir resultados significativos, resolveram me apoiar em minha primeira viagem internacional, o HAWAII. Cheguei em Oahu, no dia 7/02/06. Não acreditei quando cheguei na ilha, fui sozinha sem conhecer nada e sem saber onde ficar, apos perrengues de inicio, conheci a famosa onda com que tanto sonhava, PIPELINE, e foi na mesma o 1˚ lugar onde fui surfar, sem ao menos saber onde se entrava para surfar, la fui eu de encontro com o meu sonho realizado...

Como foi surfar Pipeline ?Mts pessoas me perguntam se eu nao senti medo, mas estava tao feliz que isso foi a ultima coisa que passou na minha cabeça. É um tubo muito insano e um pico com crowd, mas muito show! 

E como vc resolveu ir para o Tahiti? A minha viagem que tinha como plano de ser 2 meses se transformou em 8 meses. Fiquei 3 meses no Hawaii, peguei muita onda boa e chuva pois a ilha ficou praticamente inundada por 45 dias. Depois decidi que queria mais, não estava pronta para voltar para o Brasil, e tinha que renovar meu visto, entao decidi ir para o Tahiti.

 O que você achou do Tahiti? Lugar abençoado por Deus, simplesmente o paraíso! Conheci a 2˚onda de meus sonhos, a temida Teahupoo. O Hawaii é maravilhoso, mas o Tahiti tem um algo a mais, apos conhecer um fotografo no avião, ele me apresentou a família Philip que mora em Teahupoo e acabei ficando muito amiga deles. Tudo o que eu imaginava do Hawaii eu na verdade vi no Tahiti. O povo mais alegre, humilde e de bom coração que eu já tinha visto. Tive dias maravilhosos e surfei definitivamente os melhores tubos de minha vida.

Como é dropar essas ondas tão quadradas? E as vacas? Tem que estar bem posicionada e pronta para botar pra baixo. Dropar Teahupoo melhora muito o meu surf e o de qualquer pessoa que esteja disposto a enfrentar essa onda, tomar caldos e superar os próprios medos. Tipo se você leva uma série daquela na bancada de Teahupoo é certo que vai sair com alguns arranhões e os cortes infeccionam. Tem que ficar ligado na hora certa de sair da onda.

Você voltou para o Hawaii mais atirada? Com toda certeza estava mais confiante para pegar ondas grandes e fortes, fiquei mais 4 meses na ilha treinando muito e enfim retornando ao Brasil. Em 2006 competi alguns campeonatos, mas devido a falta de patrocínios decidi trabalhar no meu surfe e juntar um bom material, para assim conquistar o meu verdadeiro sonho: as competições internacionais.

Como foi voltar a Pipeline em 2007? Em 2007 retornei ao Hawaii, competi em um Pipeline dos sonhos. Mas tive uma bateria frustrada, pois quebrei a minha prancha ao meio em um rolo, fui desclassificada, mas mesmo assim não desisti de continuar na batalha e fiquei surfando muito por lá.

 E no Tahiti em 2007 como foi esta experiência? Retornei ao Tahiti para a trip que seria a trip de meus sonhos, fiquei na casa da família Philip, amo aquela familia, lá me sinto em casa pois eles me fazem sentir assim. Fui determinada e o que eu queria era o reconhecimento de meu trabalho e onde estava a mídia então lá estava eu. Cheguei junto com o WCT e encontrei muitos amigos do Brasil, em 2006 havia surfado  muitas ondas boas mas nada como desta vez.Quando cheguei já encontrei Teahupoo realmente assustador, não tive a oportunidade de pegar o pico do swell pois estavam realizando o Trials do campeonato, mas de tarde consegui pegar boas ondas e que ondas! 

Já o WCT rolou em ondas pequenas, tive a oportunidade de conhecer muita gente legal, e de ver os melhores do mundo surfando. Na final do campeonato o mar subiu, e sabíamos que um dia após o término o mar estaria realmente grande!! E lá fui em mais um dia de swell fazer o que eu realmente gosto....surfar. Quando estava a caminho do outside de Teahupoo, muitos me perguntavam,onde vc esta indo? Vc tem certeza de vai surfar lá? Esta perigoso!! Tive todos os tipos de “desencorajamentos” possíveis mas estava pronta, havia treinado minha vida inteira para isso! E ao chegar no meio de todos aqueles profissionais, eles me olhavam como se eu fosse um ET?! Eu era a única mulher na água, e o mar estava realmente assustador, 10 a 12 pés sólidos!!

Como foi pegar a melhor onda da sua vida? O surfista profissional Manoa Drollet me perguntou: “Você não esta comMedo?” E eu respondi todo mundo está!! E me perguntou, “vc ja pegou alguma?” E eu não!! E disse você quer uma grande? E eu respondi qualquer uma!! E ele me deu a onda onde tirei o tubo dos meus sonhos!! Todos os fotógrafos miraram p/ mim e ninguém  acreditava que uma menina toda de rosa estava naquele mar assustador!! Peguei algumas outras ondas, e tive tb bons wipe outs!!Mas consegui o que queria...que vissem que eu não era mais uma menininha seguindo o WCT para ver os profissionais! E sim que estava ali para surfar!!

O que vc acha de não ter mais o feminino em Teahupoo? Acho que o tour feminino de surf deveria voltar, pois sei que assim como eu outras garotas tem condições de surfar aquela onda!!E muitas adoram!!

E depois deste swell vc ainda pegou mais ondas e saiu no jornal local? Como foi isso? No dia em que estava indo embora ainda peguei um mar bom em Teahupoo,pequeno mas bom, surfei com minhas amigas do Guaruja Marcela Kaltner e Camilla Duarte, apos ótimas ondas, sai super cansada do mar e pronta para ir para casa!!E uma garota no meio do caminho me parou e disse: “Ei vc esta no jornal do Tahiti, vocé viu?” E eu não acreditei!! Sai no jornal junto dos locais mais famosos, onde falavam sobre o swell! E a legenda falava assim: “Incrível todas as atenções para a jovem brasileira surfando Teahupoo.”

E como você se sente depois de mais essa surftrip? Hoje estou super feliz pois sei que se continuar vou conseguir! E com certeza chegar ao mundial! O Tahiti é e sempre será um lugar mágico para mim! Tudo de especial!! Bom é isso, se Deus quiser ainda vou voltar p/ aquele paraíso mais e mais vezes!!

 Por Isabelle Nara -publicado no site waves.com.br

20 junho 2007

Fotos Tahiti - Isabelle Nara


Alguma fotos de Isabelle Nara no Tahiti na vila de Teahupoo


No avião p Papeete               no barco dos fotografos no swell   

Por do sol em Teahupoo          Entrevistando Kelly Slater

Final do WCT 2007                Isa no barquinho da mídia

Isabelle Nara e Regis Raging   Equipe do Brasil no Tahiti

Isa no point de teahupoo        Filmagem de jet sky

Tahiti/ teahupoo/ Billabong Pro 2007

Arquivo pessoal
isabellenara.blogspot.com

19 junho 2007

Expedição Gaia Surf Tour Teahupoo - 4


No dia seguinte 17/05 encostou um swell de 12 pés sólidos na bancada de Teahupoo, acordei antes das 6 tomei um café e as 7 horas estava no point buscando um barco para poder filmar, muita correria e uma certa tensão, foi então que encontrei 2 californianos que trabalhavam no surfline.com e as 8.30 já estava no outside. Foi um dia de sonho, emocionante, os melhores surfistas do mundo nos tubos desafiadores de Teahupoo. Fiz muitas imagens alucinantes e não era fácil. Muitos barcos e cada um disputando o melhor posicionamento para os fotógrafos, e agente fica ali no final do tubo, na cara do gol! Rola uma tensão pois se a onda pega o barco ai já era para os produtores. Foi o maior mar que filmei na minha vida, uma perfeição.  A melhor onda foi a do Kelly Slate, insana com um lip grosso e com muita pressão, Cory Lopes também pegou umas bombas. Fiquei mais de 7 horas no outside captando imagens, com uma parada de 1.30h no point. No final do dia 6h eu já não aguentava mais...os caras não queriam parar de fotografar! Fomos embora já de noite. Eu estava cansada e com o sorriso na orelha, muito realizada com toda certeza. Durante essa semana rolou mais uns dias de filmagem mas a maioria dos surfistas “prós” já tinham ido embora.

Na 5˚ e 6˚ semana ainda tiveram boas ondas de 6 a 8 pés, diminui o ritmo de filmagem, comecei a ver o material captado, editar os vídeos, escrever e ficar mais tranquila, pois foi um mês acordando 6h todos os dias. Fiz amizade com os californianos Jenny Ann Uselbinger e o Adam Desposito que permaneceram na Ilha. Eu ainda estou no Tahiti, vou ficar aqui mais 6 semanas e daqui vou para Austrália em julho fazer mais uma produção de vídeos. Gostaria de agradecer a Mormaii Eye Wear, www.lojasbompreco.com, www.vm4.com.br e parafinas Sticky Bumps por me ajudarem a realizar esta produção. To apaixonada pelo Tahiti adorei este lugar, tem muita onda por aqui não é só Teahupoo. Agora vou começar a conhecer outros lugares mas isso é outra história... A aventura continua! Quero agradecer a fluir a oportunidade de compartilhar essa experiência.

 Reportagem para revista Fluir girls julho 2007

Por Isabelle Nara

14 junho 2007

Expedição Gaia Surf Tour Teahupoo - 3

Na sexta feira ainda sem as temidas ondas de Teahupoo, o campeonato voltou no sufoco pois já estava acabando a janela de espera e não tinha previsão de swell. O pessoal da mídia e os surfistas estavam meio frustrados por não ter os tubos insanos e ser um evento de manobras e “no barrels” durante 3 dias. Filmei 2 dias de tarde no barquinho e aproveitei para conseguir mais entrevistas para o meu documentário “Gaia Surf Tour Oceânia”. Gravei com Mick Fanin, Damien Hobgood, Rodrigo Dorneles, Kai Otton, Luke Stedman, Joel Parkson e Kelly Slater. Na entrevista com Kelly, além de ter sido incrível por ele responder as minhas perguntas com alto astral, tive a confirmação que realmente estava num lugar muito especial. Ele disse que Teahupoo é uma das ondas mais perfeitas do mundo, dura cerca de 5 segundos mas tem um poder e energia muito intensos, ele também gosta muito da vista das montanhas que fica de frente para o pico tornando a visão da onda muito especial, disse Slater 8x campeão mundial de surf.

    Finalmente no domingo veio a confirmação de que o mar ia melhorar em 3 dias. Foi então que a ASP tomou uma decisão inédita no último dia da janela prolongando o WCT para mais 2 dias e a organização de acordo com os surfistas decidiram realizar as quartas, semis e finais na quarta feira. Comecei a 4˚ semana com mais 2 days-off daquele jeito sol, mar, alguns takes de visual e o pôr-do-sol sempre incrível de Teahupoo, perfeito. Na quarta feira de manha cedo já fui para o point, peguei um barquinhos com mais uns fotógrafos brasileiros e fomos fazer um freesurf de manhã. Vários surfistas na agua e o mar começando a reagir. As 11h começou o campeonato e já nos 5 minutos iniciais veio a primeira onda significativa do swell e Joel Parkinson tirou um tubo animal levando o público ao delírio e eu também!! Rolaram as baterias com alguns momentos bons, mas ainda com as séries demorando para vir, mas já tinham uns 4 a 6 pés. Mick Fanin e Damien Hobgood fizeram a final com a galera assistindo no canal, bem astral. Eu sempre imaginei essa cena do pessoal aplaudindo no final das ondas... Para minha alegria consegui entrevistar os finalistas e ainda tinha captado boas imagens! Fiz o pódio e depois de mais um dia na função todo o pessoal foi tomar Hinano para comemorar o fim do campeonato e a chegada de um swell.

Reportagem para revista Fluir Girls julho 2007

Por Isabelle Nara

07 junho 2007

Expedição Gaia Surf Tour Teahupoo - 2

O Tahiti é desafiador sendo necessário ter um kit primeiros socorros em caso de cortes provocados pelos corais (muito normal para quem vai surfar), queimaduras do sol, envenenamento raro por stone fish, Ox Nohu, são tipo uns peixes pedras que ficam camuflados na encosta, se pisar num pelo menos duas semanas de cama! O pessoal ainda fala de tubarões de 2m que ficam fora da barreira de corais, isto é no outside com os surfistas!! Mas aqui a vida marinha é enorme, difícil acontecer um ataque. O povo local gosta muito de Pit Bull, vi vários na ilha, e em Teahupoo é bom andar com pedras na mão pois várias pessoas já foram atacadas. Eu não dei sorte e no domingo, final do Trials, estava indo para o campeonato as 6h da manhã e fui atacada por 2 pit bulls. O dono viu tudo e não fez nada, cara pirado! Levei 2 mordidas, uma no braço e outra no tornozelo. Fiquei assustada, perdi o dia de filmagem, fui para o hospital e na polícia dar queixa contra o doidão! Não tive ferimentos graves e graças a Deus muitas pessoas me ajudaram, mas sem dúvida foi assustador. Depois tive que lidar com esse medo diariamente pois os Tahitianos tem muitos cachorros e alguns ficam soltos na estrada ou no caminho até o point.

Na 2˚ semana fiquei me recuperando do ataque e para minha sorte não teve onda e ficou 4 dias chovendo muito. Virei noticia nesses dias, “uma jornalista brasileira foi atacada por pit bulls”, tava toda enfaixada. O repórter da globo Regis Resing, que tem o apelido de alegria-alegria, sempre chegava levando o meu astral e perguntava” Ta tudo bem querida?” Bruno Lemos também me deu uma super-força emocionalmente, entre outras pessoas que me cumprimentavam... Percebi que aqui a energia é forte, como se fosse um lugar para lidar e superar os próprios medos... das ondas e de outras situações. Vi vários surfistas  do Brasil e da Austrália todos arrebentados do coral de Teahupoo, videomaker da ASP com o pé todo infeccionado. Sério muita gente sofrendo e feliz ao mesmo tempo, louco não? As marcas de corais pareciam até troféu para alguns surfistas e isso até me consolou um pouco.

O WCT começou na sexta, dia 4/05, fiquei o dia todo num iate onde a ASP faz as entrevistas. O mar não estava tão bom e eu me recuperando do braço atingido, que foi justamente o que eu uso para filmar.! Decidi observar muito  neste dia para ver o que fazer durante a produção do meu vídeo.

Na 3˚ semana não teve ondas e o campeonato ficou paralisado por 6 dias.  Esse período foi o ideal para fazer amigos e se familiarizar mais com o lugar. Aqui em Teahupoo os atletas e o pessoal de imprensa  ficam hospedados em pensões e casas de famílias. Fiquei na casa da família Philip por 20 dias. Encontrei mais brasileiros nesta casa, a bodyboarder Juliana Freitas e longboarder Marcela Duarte, ambas vindo do Hawaii e que voltaram para lá depois de 15 dias, o fotógrafo da Fluir Sebastian Rojas, que virou meu camarada, e o surfista Adriano de Sousa, sempre pilhado em aperfeiçoar seu surf e ainda um bodyboarder australiano e um americano kitesurfista. Na casa tinha duas refeições incluídas, o café e a janta, era muito legal quando o pessoal se reunia. Vários dias agente comeu poisson cru, peixe cru com saladas e molho de coco ou limão, muiiito bom! E tem outras comidas típicas muito diferentes, frutas, saladas e pratos saborosos.

Durante esses “days-off“ fiz umas entrevistas interessantes, com Cory Lopes, Occy, Pancho Sulivan, Victor Ribas, Taylor Inox, Bruno Santos, Bernado Pigmeu, um Tahitiano e o repórter do programa da ASP. Como não tinha onda o pessoal ia mergulhar, remar de caiaque ou de pé num longboard, e jogar futebol no estilo dos brasileiros ou australianos.  Rolou umas moquecas com Hinano, a cerveja local muito saborosa. Que é outra coisa que os surfistas australianos e brasileiros gostavam de fazer quando não tinha onda.

Reportagem para revista Fluir Girls julho 2007

Por Isabelle Nara


02 junho 2007

Expedição Gaia Surf Tour Teahupoo - 1

A jornalista e vídeo maker Isabelle Nara começou a expedição Gaia Surf Tour no Tahiti. Ela relata como foi produzir vídeo em Teahupoo, numa das ondas mais perfeitas do mundo. 

Quando se tem um sonho o mais importante é não desistir e superar cada obstáculo em busca da realização. É no Tahiti que começo a minha primeira produção internacional de vídeos com uma expedição que vai durar um ano por países da Oceânia.Para chegar no paraíso tem que ter disposição, foram 27 horas de São Paulo até Pappete, capital do Tahiti, com uma conexão em Santiago do Chile e uma parada de 40 min na Ilha de Pascoa. A minha viagem começou dia 22 de abril as 9:45 da manhã em SP e cheguei no Tahiti 4 da manhã, hora local, no dia 23,  com um fuso horário de 7 horas a menos que o Brasil.

Quando o avião aterrissou o coração bateu forte e ao mesmo tempo senti uma certa tranqüilidade, uma Paz de Espírito por conseguir realizar este ideal. Logo no desembarque do aeroporto tinha um trio de Tahitianos cantando boas vindas, um som muito diferente e alto-astral. O surfista de SP Rodrigo Coxinha foi me buscar e levamos mais 1 hora de carro até Vairao, onde fiquei a 1˚semana. Nem consegui dormir pois Coxinha e seus amigos foram surfar bem cedo e já me botaram no esquema do barquinho e no jet sky para filmar as ondas de Vairao, em 2 spots com esquerdas de 3 a 5 pés, foi muito emocionante a 1˚ vez que filmei as ondas num canal de surf.

No dia seguinte já fui para Teahupoo, tinha começado o Trials do Billabong pro Tahiti, um evento classificatório para quem quer tentar uma vaga no WCT. A vila de Teahupoo tem uns 6 Kms beirando o mar, é onde termina a pista que vem desde Pappete, A ilha do Tahiti consiste em duas porções quase circulares com o centro de montanhas vulcânicas. Tem o comprimento de 85 km nos pontos mais distantes  e cerca de 1036 km².  Tahiti Nui ou grande Tahiti é denominada a parte nordeste e a sudeste é o Tahiti Iti (pequeno Taiti) ou Taiarapu. As ilhas são conectadas por um isthmus chamado de Taravao, uma pequena cidade. A parte Tahiti Nui é bem populosa principalmente perto de Pappete, Uma rápida passada que fiz pela capital vi macdonald’s, surf shops exclusivas, varias lojas de carros e os únicos sinaleiros da ilha. Uma boa infra-estrutura! O surpreendente foi ver uma favela e até congestionamento. Já o Tahiti Iti ainda é meio isolado e onde apresenta as melhores ondas. As vilas do lado direito da ilha são denominadas: Toahuto, Vairao e Teahupoo. A estradinha percorre toda a orla e quando as ondas estão boas da pra ver legal. Tem uns mercadinhos, muitas casas na beira da costa, algumas praias particulares, e alguns condomínios com casas enormes subindo as montanhas. Para pegar onda no Tahiti o ideal é ter um barco ou contratar um táxi boat pois as ondas ficam longe da beira. Em Vairao é quase 1 km de distancia, ou 45 min de remada, e em Teahupoo são 400m ou 15 min de remada. 

Deixamos o carro no final da estradinha. Ai atravessei a ponte em direção ao “point”, como a galera chama o lugar que fica em frente a onda de Teahupoo, e toda a organização do WCT. Esse caminho é bem astral com algumas casas, barcos na encosta, dois pequenos rios com várias flores de lótus, inacreditável a perfeição dos conjunto, montanhas, rios, flores e ainda ondas perfeitas e um sol de rachar! Cheguei no point, me cadastrei como jornalista, e já de cara consegui o barco de mídia para filmar. Lá fomos eu e minha câmera começar a produção nas esquerdas tubulares do Tahiti, nesse 1˚ dia tinha uns 4 a 6 pés bonitos. Eu nem acreditava tudo tão perfeito...sol, ondas e muitas novidades! Fazia uns dois anos que sonhava em fazer imagens nessa onda tão surpreendente e poderosa. As montanhas que ficam de frente para o pico são maravilhosas e me conquistaram de cara!  Filmei 4 dias de Teahupoo durante o trials.

Reportagem publicada na revista Fluir Girls julho de 2007

Por Isabelle Nara


27 maio 2007

O que vc acha de não ter mais a etepa feminina no Tahiti em Teahupoo?

A etapa mais desafiante do tour WCT feminino foi tirada do calendário por tempo indeterminado veja o que os surfistas do WCT masculino acham dessas mudanças

Kelly Slater – Eu acho que Teahupoo muito especial, um lugar onde toda energia se concentra em um só pico. Acredito que algumas surfistas ficaram desapontadas de perder a etapa  numa das melhores ondas do mundo.

 Bruno Santos –Tahiti para mim é superação. É uma onda difícil e são poucas que surfam bem. Keala Kennely foi a que mais me impressionou com sua disposição para pegar tubos.

 Pancho Sullivan – é um onda que intimida muita gente, acho que algumas surfistas não estavam acostumadas com o drop tão intenso e vertical.

Bernado Pigmeu – Eu acho ruim não ter mais o feminino. Para quem é casado e já tem mulher não tem problema. Se tem elas fica aquele clima, elas trazem um brilho para o outside. E outra é que ia ser legal ver a Sil e a Jac nessas ondas.

Raoni Monteiro – É uma etapa perigosa, muita gente não gosta de surfar aqui. Pode ser que por um lado seja bom mas por outro ruim, é um bom pico para treinar tubos. Acho que não podia ter tirado além de ter outras ondas para surfar aqui.

Cory Lopes – Eu acho que a maioria delas gostou da decisão pois é um pico que quando fica grande a onda é muito perigosa com a bancada de reef tão rasa.

Rodrigo Dornelles – Até pra gente do WCT é perigoso, era uma ou outra que se jogava mais. Elas ficavam mais nos dias pequenos e nesse ano ia ser ruim pois não teve ondas nem para o WCT masculino.

ASP ESCLARECE O PORQUE DAS MUDANÇAS NO WCT FEMININO

Segundo a assessora de imprensa da ASP (Associção de Surf profissional) Melissa Buckley a etapa de Fiji saiu no feminino, e também no masculino, por questões politicas de mudança de governo. “A população fijiana está numa espécie de crise contra o atual líder da ilha, como uma guerra civil, então a ASP preferiu preservar a integridade e segurança dos surfistas”, disse Melissa.

Já no caso do Tahiti a etapa foi descartada pois a janela de espera da competição era muito curta para realizar o masculino e feminino juntos. Isso proporcionava as surfistas surfar em condições não muito boas pois os juízes davam a preferência dos melhores momentos aos homens.

Melissa comenta que a ASP não descartou a etapa e que no futuro pretende voltar com a competição no Tahiti só que separado, com um período de realização exclusivo para as meninas. Existem comentários de que saiu por que a etapa feminina é muito perigosa, com algumas surfistas com receio de Teahupoo, não dropando as ondas na bateria ou tomando vacas monstruosas...

 Por Isabelle Nara

23 maio 2007

WCT Feminino perde as ondas de Teahupoo e Fiji em 2007

O calendário de competições do WCT feminino sofreu algumas alterações em 2007. As etapas mais tradicionais e desafiantes dos últimos quatro anos, Fiji e Tahiti, saíram do tour. Deixando algumas surfistas desiludidas com a evolução do surf profissional, principalmente as mulheres que estavam aprendendo a surfar ondas perfeitas e perigosas.

 ENQUETE COM AS MELHORES SURFISTAS DO MUNDO

Layne Beachley, australiana 6x campeã mundial: “Em Fiji 2006 nós tivemos o melhor cloud break que jamais vimos! Boas condições e ótimas ondas com mais de 6 pés sólidos e as meninas surfando muito. Foi super importante para o surf feminino pois saímos bem na mídia, nas TVs e em revistas com imagens alucinantes mostrando o nosso verdadeiro surf. É isso que as meninas precisam para evoluir e crescer o surf. Todas nós estamos desapontadas de que não vamos mais ter Teahupoo e Fiji porque são ondas desafiantes e muito perfeitas, proporcionando um bom retorno de mídia. E eu amo muito surfar ondas grandes.”

Kealla Kennely, havaina e big rider: “Fiji estava muito perfeito em 2006, agente sempre deu sorte lá proporcionando tubos incríveis e acredito que é uma das melhores ondas do WCT. Sobre o Tahiti, eu acho terrível tirar do calendário pois era meu campeonato preferido. Nós precisamos daquela onda no tour por que era um dos desafios que tínhamos de enfrentar durante o ano. Isso fazia com que o nível do surf feminino evoluísse e agora eu sinto como que da uma parada, infelizmente é como ficar no mesmo patamar.”

Rebecca Woods, australiana: “Fiji foi um sonho no ano passado, dias com 8 pés sólidos com as meninas surfando muito. É um dos meus picos preferidos, amo muito surfar em Fiji é muito perfeito e lá também tem fundo de coral como no Tahiti. Em 2005 foi o meu 1˚ ano no wct e eu estava com muito medo de Teahupoo, por causa de tanto ouvir falar dessa onda. O lugar é maravilhoso, a onda tem muito poder. E por causa do evento masculino as nossas baterias eram quando o mar ficava menor e condições não muito agradáveis, ficávamos como uma reserva, não acho muito legal.”

 Sofia Mulanovich, peruana e campeã mundial de 2004: ”Teahupoo é uma onda muito exigente e perigosa mas é muito boa ao mesmo tempo. É uma onda diferente e que exige muito de qual quer surfista. É uma pena que não vai mais ter pois acredito que era uma onda muito interessante para nós. Acho que para ser campeã mundial tem que ser melhor em todas as ondas e acredito que Teahupoo é pode mostrar isso, o potencial de campeã.

Heather Clark, sul-africana: “Eu fiquei muito desapontada assim como acredito que a maioria das surfistas profissionais também ficaram pois é uma onda com muito potencial. É uma onda perigosa por causa do reef mas muitas meninas surfam muito bem e pegam altos tubos. Eu fiquei triste do Tahiti ter saído do calendário. Todos os anos que fomos para o Tahiti sempre teve dias muito grandes mas as meninas acabam ficando com os dias menores por dar preferência ao masculino, então não era tão ruim.”

Clarie Bevilacqua, australiana: “Tahiti é um sonho, é um ilha muito verde, as pessoas são muito amigáveis. Minha mãe q  viaja comigo no tour fica com receio quando as ondas estão grandes mas quando as condições estavam boas, mesmo com medo, ela me impulsionava em Teahupoo e era muito incrível quando eu passava as baterias. Acho boa onda para ganhar experiencia gosto de tubos e ondas perfeitas...”

Chelsea Hedges, australiana campeã mundial de 2005: “Eu acho que a billabong não tinha como fazer o campeonato junto com os homens então eles colocaram a etapa do Brasil no lugar do Tahiti. As ondas intimidam muitas surfistas, algumas competidoras não gostam enquanto outras amam. Eu acho que tem que rolar campeonatos em lugares onde todas estão amarradonas para surfar. Acho que em Teahupoo você pode pegar um dos melhores tubos da sua vida mas também se esfolar nos corais altamente cortantes. Então eu fico triste mas ao mesmo tempo feliz pois as vacas são sinistras!”

Jacqueline Silva, brasileira há mais de 10 anos nos mundiais: “Teahupoo é uma onda difícil, um drop muito vertical, tem que entrar entubando. Eu sou backside então acho que era mais difícil mas eu sempre me preparei muito para enfrentar a onda tanto fisicamente como mentalmente. O meu melhor resultado foi um 9˚ lugar, é um pointbreak desafiante. Algumas meninas não se dão muito bem na onda e outras conseguiam bons resultados.”

Rochelle Ballard, radicada no Havai e tub-rider: “Acho muito triste tirar teahupoo, era a onda que verdadeiramente inspirava as surfistas a ter suas melhores performances e expressar seus talentos. Essa onda separava as pessoas que tinham condições de desafia-la e as que não tinham. Eu me lembro quando começamos a alguns anos atrás e só algumas conseguiam realmente surfar o tubo e no decorrer dos anos fomos aprendendo a enfrenta-la. Agora sem esse campeonato não tem mais incentivo quem gostava de se jogar em ondas de Teahupoo. Isso é uma parte do surf feminino que vai se perder um pouco, mas sempre vão ter meninas que vão correr atrás de pegar tubos, pois isso é uma coisa que agente tem paixão. Para mim uma campeã mundial precisa saber pegar tubos, surfar ondas grandes e pequenas, pointbreaks, fazer drops cavados, todos os tipos de ondas. Não somente uma condição de surf.”

Por Isabelle Nara / Matéria publicada no site Waves.com.br

25 janeiro 2007

Surfistas falam sobre videos de surf

O mercado de vídeos de surf vem crescendo a cada ano, e já temos produções brasileiras que se destacam no exterior. A industria do surf feminino vem crescendo com pranchas acessórios e surf wear, mas e o ramo de produção áudio-visual? Já temos algumas propostas de produção áudio-visual com atletas brasileiras. Confira uma enquête sobre a importância dessas produções que estão surgindo no Brasil e o que a galera acha dessa inovação.

Brigitte Mayer- campeã brasileira 1998 "As meninas vão poder olhar e almejar, ver os ídolos delas e ajuda a difundir o esporte que é o mais importante. Quanto mais gente tiver acesso ao que acontece no mundo do surf feminino melhor.”

Andy Irons – tricampeão mundial “ Muito Importante, eu assisto muitos filmes de surf. Eu acho que ajuda a aprender diferentes técnicas e como surfar diferentes tipos de ondas. Se você tem um vídeo de surf vc pode estudar alguns estilos e como os profissionais surfam nas ondas.

Andréa Lopes - tetracampeã brasileira "Um vídeo de surf feminino vai ser muito importante. Porque hoje em dia todas as coisas estão bem voltadas para o publico do surf feminino, agente tem clinicas, equipamentos, roupa de borracha. Nada melhor do que um vídeos né!"

Teço Padaratz- organizador do wct masculino  Alem do mais, hoje em dia no mercado de surf o feminino já é metade dos rendimentos das empresas vem das coleções femininas.

Yries Pereira O surf brasileiro esta em alto nível e com um DVD brasileiro agente começa a ter um ideal de surf como as brasieliras, não começa mais a querem a surfar igual as gringas.

Alice Santos-surfista E que isso vai gerar novas gerações querendo pegar onda, por que é um esporte muito saudável.

Tais de Almeida – top 8 supersurf Pra mostrar não só no Brasil mas lá fora também! Que no Brasil esta crescendo e as meninas estão quebrando. E que agente vai chegar junto! Não tem nenhum ainda e vai ser o primeiro. O surf feminin evoluiu pra caramba e eu acho que já era pra ter um a muito tempo com as tops do Brasil."

Leo Neves – bicampeão brasileiro "Isso só vai fazer crescer o esporte e fazer com que agente tenha novos ídolos e a galera vai começar a olhar mais para as surfistas. Um DVD é uma nova maneira de vc se comunicar com o publico do surf."

Evandro de Abreu – organizador do supersurf  "A roupa feminina dentro das lojas tinham pouco espaço e eu detectei a quatro anos atrás as vitrines nas lojas de surf hoje é dividida, 50% masculina e 50% feminina."

Já no surf masculino o mercado de vídeos tem produtores e publico, os atletas sabem a importância disto para a evolução do esporte.

Leo neves "Agente tem o Taj Burow, Kelly Slater, todos estes surfistas como nossos ídolos ... porque agente vê eles surfando dentro de casa com uma fita ou um DVD. Entao acho que agente aqui no Brasil ficou um pouco pra trás,  acho que os brasileiros mesmo não conhecem o surf dos brasileiros por que não tem uma fita pra ver ou um DVD. Agora ta melhorando e já estão começando a lançar mais vídeos no Brasil."

Teco  Padaratz

“ A importância de um vídeo de surf, seja no masculino ou feminino, é essencial! Porque é através do vídeos que vai se criando os ídolos, a imagem dos principais atletas. E essas imagens, através de um vídeo, vem de uma maneira muito mais original. A personalidade de cada atleta.

Andy Irons "Eu acho muito importante assistir videos de surf, Eu ainda assisto todos os dias! Gosto de assitir videos."

 

Produção entrevistas – Isabelle Nara / Ala Femenina

isabellenara@blogspot.com

Quer videos de SURF? www.youtube.com/isabellenara