20 junho 2007

Fotos Tahiti - Isabelle Nara


Alguma fotos de Isabelle Nara no Tahiti na vila de Teahupoo


No avião p Papeete               no barco dos fotografos no swell   

Por do sol em Teahupoo          Entrevistando Kelly Slater

Final do WCT 2007                Isa no barquinho da mídia

Isabelle Nara e Regis Raging   Equipe do Brasil no Tahiti

Isa no point de teahupoo        Filmagem de jet sky

Tahiti/ teahupoo/ Billabong Pro 2007

Arquivo pessoal
isabellenara.blogspot.com

19 junho 2007

Expedição Gaia Surf Tour Teahupoo - 4


No dia seguinte 17/05 encostou um swell de 12 pés sólidos na bancada de Teahupoo, acordei antes das 6 tomei um café e as 7 horas estava no point buscando um barco para poder filmar, muita correria e uma certa tensão, foi então que encontrei 2 californianos que trabalhavam no surfline.com e as 8.30 já estava no outside. Foi um dia de sonho, emocionante, os melhores surfistas do mundo nos tubos desafiadores de Teahupoo. Fiz muitas imagens alucinantes e não era fácil. Muitos barcos e cada um disputando o melhor posicionamento para os fotógrafos, e agente fica ali no final do tubo, na cara do gol! Rola uma tensão pois se a onda pega o barco ai já era para os produtores. Foi o maior mar que filmei na minha vida, uma perfeição.  A melhor onda foi a do Kelly Slate, insana com um lip grosso e com muita pressão, Cory Lopes também pegou umas bombas. Fiquei mais de 7 horas no outside captando imagens, com uma parada de 1.30h no point. No final do dia 6h eu já não aguentava mais...os caras não queriam parar de fotografar! Fomos embora já de noite. Eu estava cansada e com o sorriso na orelha, muito realizada com toda certeza. Durante essa semana rolou mais uns dias de filmagem mas a maioria dos surfistas “prós” já tinham ido embora.

Na 5˚ e 6˚ semana ainda tiveram boas ondas de 6 a 8 pés, diminui o ritmo de filmagem, comecei a ver o material captado, editar os vídeos, escrever e ficar mais tranquila, pois foi um mês acordando 6h todos os dias. Fiz amizade com os californianos Jenny Ann Uselbinger e o Adam Desposito que permaneceram na Ilha. Eu ainda estou no Tahiti, vou ficar aqui mais 6 semanas e daqui vou para Austrália em julho fazer mais uma produção de vídeos. Gostaria de agradecer a Mormaii Eye Wear, www.lojasbompreco.com, www.vm4.com.br e parafinas Sticky Bumps por me ajudarem a realizar esta produção. To apaixonada pelo Tahiti adorei este lugar, tem muita onda por aqui não é só Teahupoo. Agora vou começar a conhecer outros lugares mas isso é outra história... A aventura continua! Quero agradecer a fluir a oportunidade de compartilhar essa experiência.

 Reportagem para revista Fluir girls julho 2007

Por Isabelle Nara

14 junho 2007

Expedição Gaia Surf Tour Teahupoo - 3

Na sexta feira ainda sem as temidas ondas de Teahupoo, o campeonato voltou no sufoco pois já estava acabando a janela de espera e não tinha previsão de swell. O pessoal da mídia e os surfistas estavam meio frustrados por não ter os tubos insanos e ser um evento de manobras e “no barrels” durante 3 dias. Filmei 2 dias de tarde no barquinho e aproveitei para conseguir mais entrevistas para o meu documentário “Gaia Surf Tour Oceânia”. Gravei com Mick Fanin, Damien Hobgood, Rodrigo Dorneles, Kai Otton, Luke Stedman, Joel Parkson e Kelly Slater. Na entrevista com Kelly, além de ter sido incrível por ele responder as minhas perguntas com alto astral, tive a confirmação que realmente estava num lugar muito especial. Ele disse que Teahupoo é uma das ondas mais perfeitas do mundo, dura cerca de 5 segundos mas tem um poder e energia muito intensos, ele também gosta muito da vista das montanhas que fica de frente para o pico tornando a visão da onda muito especial, disse Slater 8x campeão mundial de surf.

    Finalmente no domingo veio a confirmação de que o mar ia melhorar em 3 dias. Foi então que a ASP tomou uma decisão inédita no último dia da janela prolongando o WCT para mais 2 dias e a organização de acordo com os surfistas decidiram realizar as quartas, semis e finais na quarta feira. Comecei a 4˚ semana com mais 2 days-off daquele jeito sol, mar, alguns takes de visual e o pôr-do-sol sempre incrível de Teahupoo, perfeito. Na quarta feira de manha cedo já fui para o point, peguei um barquinhos com mais uns fotógrafos brasileiros e fomos fazer um freesurf de manhã. Vários surfistas na agua e o mar começando a reagir. As 11h começou o campeonato e já nos 5 minutos iniciais veio a primeira onda significativa do swell e Joel Parkinson tirou um tubo animal levando o público ao delírio e eu também!! Rolaram as baterias com alguns momentos bons, mas ainda com as séries demorando para vir, mas já tinham uns 4 a 6 pés. Mick Fanin e Damien Hobgood fizeram a final com a galera assistindo no canal, bem astral. Eu sempre imaginei essa cena do pessoal aplaudindo no final das ondas... Para minha alegria consegui entrevistar os finalistas e ainda tinha captado boas imagens! Fiz o pódio e depois de mais um dia na função todo o pessoal foi tomar Hinano para comemorar o fim do campeonato e a chegada de um swell.

Reportagem para revista Fluir Girls julho 2007

Por Isabelle Nara

07 junho 2007

Expedição Gaia Surf Tour Teahupoo - 2

O Tahiti é desafiador sendo necessário ter um kit primeiros socorros em caso de cortes provocados pelos corais (muito normal para quem vai surfar), queimaduras do sol, envenenamento raro por stone fish, Ox Nohu, são tipo uns peixes pedras que ficam camuflados na encosta, se pisar num pelo menos duas semanas de cama! O pessoal ainda fala de tubarões de 2m que ficam fora da barreira de corais, isto é no outside com os surfistas!! Mas aqui a vida marinha é enorme, difícil acontecer um ataque. O povo local gosta muito de Pit Bull, vi vários na ilha, e em Teahupoo é bom andar com pedras na mão pois várias pessoas já foram atacadas. Eu não dei sorte e no domingo, final do Trials, estava indo para o campeonato as 6h da manhã e fui atacada por 2 pit bulls. O dono viu tudo e não fez nada, cara pirado! Levei 2 mordidas, uma no braço e outra no tornozelo. Fiquei assustada, perdi o dia de filmagem, fui para o hospital e na polícia dar queixa contra o doidão! Não tive ferimentos graves e graças a Deus muitas pessoas me ajudaram, mas sem dúvida foi assustador. Depois tive que lidar com esse medo diariamente pois os Tahitianos tem muitos cachorros e alguns ficam soltos na estrada ou no caminho até o point.

Na 2˚ semana fiquei me recuperando do ataque e para minha sorte não teve onda e ficou 4 dias chovendo muito. Virei noticia nesses dias, “uma jornalista brasileira foi atacada por pit bulls”, tava toda enfaixada. O repórter da globo Regis Resing, que tem o apelido de alegria-alegria, sempre chegava levando o meu astral e perguntava” Ta tudo bem querida?” Bruno Lemos também me deu uma super-força emocionalmente, entre outras pessoas que me cumprimentavam... Percebi que aqui a energia é forte, como se fosse um lugar para lidar e superar os próprios medos... das ondas e de outras situações. Vi vários surfistas  do Brasil e da Austrália todos arrebentados do coral de Teahupoo, videomaker da ASP com o pé todo infeccionado. Sério muita gente sofrendo e feliz ao mesmo tempo, louco não? As marcas de corais pareciam até troféu para alguns surfistas e isso até me consolou um pouco.

O WCT começou na sexta, dia 4/05, fiquei o dia todo num iate onde a ASP faz as entrevistas. O mar não estava tão bom e eu me recuperando do braço atingido, que foi justamente o que eu uso para filmar.! Decidi observar muito  neste dia para ver o que fazer durante a produção do meu vídeo.

Na 3˚ semana não teve ondas e o campeonato ficou paralisado por 6 dias.  Esse período foi o ideal para fazer amigos e se familiarizar mais com o lugar. Aqui em Teahupoo os atletas e o pessoal de imprensa  ficam hospedados em pensões e casas de famílias. Fiquei na casa da família Philip por 20 dias. Encontrei mais brasileiros nesta casa, a bodyboarder Juliana Freitas e longboarder Marcela Duarte, ambas vindo do Hawaii e que voltaram para lá depois de 15 dias, o fotógrafo da Fluir Sebastian Rojas, que virou meu camarada, e o surfista Adriano de Sousa, sempre pilhado em aperfeiçoar seu surf e ainda um bodyboarder australiano e um americano kitesurfista. Na casa tinha duas refeições incluídas, o café e a janta, era muito legal quando o pessoal se reunia. Vários dias agente comeu poisson cru, peixe cru com saladas e molho de coco ou limão, muiiito bom! E tem outras comidas típicas muito diferentes, frutas, saladas e pratos saborosos.

Durante esses “days-off“ fiz umas entrevistas interessantes, com Cory Lopes, Occy, Pancho Sulivan, Victor Ribas, Taylor Inox, Bruno Santos, Bernado Pigmeu, um Tahitiano e o repórter do programa da ASP. Como não tinha onda o pessoal ia mergulhar, remar de caiaque ou de pé num longboard, e jogar futebol no estilo dos brasileiros ou australianos.  Rolou umas moquecas com Hinano, a cerveja local muito saborosa. Que é outra coisa que os surfistas australianos e brasileiros gostavam de fazer quando não tinha onda.

Reportagem para revista Fluir Girls julho 2007

Por Isabelle Nara


02 junho 2007

Expedição Gaia Surf Tour Teahupoo - 1

A jornalista e vídeo maker Isabelle Nara começou a expedição Gaia Surf Tour no Tahiti. Ela relata como foi produzir vídeo em Teahupoo, numa das ondas mais perfeitas do mundo. 

Quando se tem um sonho o mais importante é não desistir e superar cada obstáculo em busca da realização. É no Tahiti que começo a minha primeira produção internacional de vídeos com uma expedição que vai durar um ano por países da Oceânia.Para chegar no paraíso tem que ter disposição, foram 27 horas de São Paulo até Pappete, capital do Tahiti, com uma conexão em Santiago do Chile e uma parada de 40 min na Ilha de Pascoa. A minha viagem começou dia 22 de abril as 9:45 da manhã em SP e cheguei no Tahiti 4 da manhã, hora local, no dia 23,  com um fuso horário de 7 horas a menos que o Brasil.

Quando o avião aterrissou o coração bateu forte e ao mesmo tempo senti uma certa tranqüilidade, uma Paz de Espírito por conseguir realizar este ideal. Logo no desembarque do aeroporto tinha um trio de Tahitianos cantando boas vindas, um som muito diferente e alto-astral. O surfista de SP Rodrigo Coxinha foi me buscar e levamos mais 1 hora de carro até Vairao, onde fiquei a 1˚semana. Nem consegui dormir pois Coxinha e seus amigos foram surfar bem cedo e já me botaram no esquema do barquinho e no jet sky para filmar as ondas de Vairao, em 2 spots com esquerdas de 3 a 5 pés, foi muito emocionante a 1˚ vez que filmei as ondas num canal de surf.

No dia seguinte já fui para Teahupoo, tinha começado o Trials do Billabong pro Tahiti, um evento classificatório para quem quer tentar uma vaga no WCT. A vila de Teahupoo tem uns 6 Kms beirando o mar, é onde termina a pista que vem desde Pappete, A ilha do Tahiti consiste em duas porções quase circulares com o centro de montanhas vulcânicas. Tem o comprimento de 85 km nos pontos mais distantes  e cerca de 1036 km².  Tahiti Nui ou grande Tahiti é denominada a parte nordeste e a sudeste é o Tahiti Iti (pequeno Taiti) ou Taiarapu. As ilhas são conectadas por um isthmus chamado de Taravao, uma pequena cidade. A parte Tahiti Nui é bem populosa principalmente perto de Pappete, Uma rápida passada que fiz pela capital vi macdonald’s, surf shops exclusivas, varias lojas de carros e os únicos sinaleiros da ilha. Uma boa infra-estrutura! O surpreendente foi ver uma favela e até congestionamento. Já o Tahiti Iti ainda é meio isolado e onde apresenta as melhores ondas. As vilas do lado direito da ilha são denominadas: Toahuto, Vairao e Teahupoo. A estradinha percorre toda a orla e quando as ondas estão boas da pra ver legal. Tem uns mercadinhos, muitas casas na beira da costa, algumas praias particulares, e alguns condomínios com casas enormes subindo as montanhas. Para pegar onda no Tahiti o ideal é ter um barco ou contratar um táxi boat pois as ondas ficam longe da beira. Em Vairao é quase 1 km de distancia, ou 45 min de remada, e em Teahupoo são 400m ou 15 min de remada. 

Deixamos o carro no final da estradinha. Ai atravessei a ponte em direção ao “point”, como a galera chama o lugar que fica em frente a onda de Teahupoo, e toda a organização do WCT. Esse caminho é bem astral com algumas casas, barcos na encosta, dois pequenos rios com várias flores de lótus, inacreditável a perfeição dos conjunto, montanhas, rios, flores e ainda ondas perfeitas e um sol de rachar! Cheguei no point, me cadastrei como jornalista, e já de cara consegui o barco de mídia para filmar. Lá fomos eu e minha câmera começar a produção nas esquerdas tubulares do Tahiti, nesse 1˚ dia tinha uns 4 a 6 pés bonitos. Eu nem acreditava tudo tão perfeito...sol, ondas e muitas novidades! Fazia uns dois anos que sonhava em fazer imagens nessa onda tão surpreendente e poderosa. As montanhas que ficam de frente para o pico são maravilhosas e me conquistaram de cara!  Filmei 4 dias de Teahupoo durante o trials.

Reportagem publicada na revista Fluir Girls julho de 2007

Por Isabelle Nara