14 outubro 2007

Brasileira é barrada na disputa pela liderança do WCT Feminino

Silvana lima é a surfista que agora segura mais alto o sonho brasileiro de conquistar o titulo do WCT. A cearense esta no seu segundo ano na elite das Tops 17 do surf feminino e já vem tirando o sono de muita surfista, com seu estilo inovador entre as meninas. Agora ela segue firme na briga pelo titulo da temporada 2007, acumulando um 3˚, 9˚ e três 2˚ posições.

Atualmente é vice-líder do ranking, com três finais consecutivas que mostram o seu potencial de campeã. E ainda, tendo que ser barrada sem o mínimo de bom senso da comissão técnica australiana, na 5˚ etapa do WCT feminino que já entrou para a história do surf brasileiro, como mais uma barreira a ser superada: o favoritismo.

As 9 horas da manhã no outside de Curl-Curl em Northen Beaches, Sydney Austrália, apita a sirene para o inicio da grande final no NAB Beachley Classic 2007. O time brasileiro bem representado por Silvana Lima contra a australiana Stephanie Gilmore, favorita e campeã dessa mesma etapa no ano passado. O coração dos brasileiros se unem na torcida fora e dentro do mar com a Sil, incentivando a sua primeira vitória no WCT, tão sonhada pela protagonista e seus fãns. E para a minha surpresa nas areias australianas, nenhuma bandeira, torcida fraca ou aplausos na “Terra do Surf”, para as surfistas locais e que tem o maior número de atletas no WCT masculino e feminino. Enquanto que os brasileiros fanáticos com torcida organizada!!

Quebrando praticamente só a vala das direitas, com as duas atletas regular, o duelo prometia ser ponto a ponto e não deu outra. Silvana pega as duas primeiras ondas da bateria e já começa se jogando numa junção assustadora e voando para aquecer as turbinas. Na sequência Silvana entra com um floter e manobra no critico da junção que não passa dos 7,17 pontos. Gilmore já atenta para a disputa pega uma esquerda e dá umas batidas, sem nada de especial. Em seguida dropa uma boa direita que abre legal, mandando quatro manobras, formando um leque mas sem muita radicalidade na finalização, atingindo incríveis 9 pontos.

Nesse momento deu para sentir o que estava por vir... A brasileira entra numa onda e escorrega sem pontuar e a australiana pega mais duas ondas fracas, manda um floter alto mas não consegue finalizar. Na sequencia Silvana pega uma ótima onda, na 1˚ rasgada um leque, depois uma batida na cara da onda, uma rabetada na junção que tira as quilhas para fora d’agua e voltando com muiiito estilo. Fazendo o publico vibrar a cada momento, muito emocionante. Nesse momento veio na minha percepção é hoje!! Mas ao mesmo tempo, ainda me concentrando em toda a filmagem, senti algo diferente e me veio uma tristeza. Como que se a vitória fosse escapar por pouco... Saindo então mais uma nota em torno de sete...7,23 pts, decepção num julgamento impreciso.

Na sequência mais uma onda da Gilmore com duas rasgadas boas, jogando agua, mas na ultima manobra ela cai e os juízes soltam 6,07 pontos. Nesse momento Silvana persiste sentindo que tem mais uma pedra no seu caminho, e que não é só as ondas ou o surf da Stephanie mas alguém querendo segurar os resultados. Pega duas ondas sem pontuar e na terceira arrebenta atingindo 8,10 pontos.

Gilmore sente sua prioridade no território australiano, precisando de 6,33 pts, pega uma onda meio torta, manda 4 manobras que não encaixam no critico e vem a bomba: 6,43 pts. Uma virada inexplicável na vantagem de 0,1 ponto numa onda sem expressão. Silvana ainda segue firme mas sente na pele a injustiça, precisando de 7 pega a ultima onda da bateria manda duas rasgadas boas e na ultima manobra cai e pontua 5,57. A brasileira sai do mar revoltada, com todo direito, por essa confusão que deixaram acontecer na maior etapa do circuito mundial de surf feminino.

Silvana Lima: “ Não é possível que isso esteja acontecendo, e só por causa de três pessoas, tem cinco juizes e três erram! Só porque é a Stephanie Gilmore? Você viu a nota que me deram? 7,5 naquela onda com um floter e manobra na junção, não entra na minha cabeça isso... Eles deviam pagar multa, já que agente paga multa, eles também deviam! Pois isso não está certo, foi ridículo!”

Pedro Robalo, técnico da atleta Silvana Lima “Eu gostei muito do desempenho da Silvana neste campeonato, algumas das melhores baterias que a Sil já disputou taticamente. Está bem focada, sabe exatamente o que fazer durante as baterias. Eu acredito que ela esta pronta para conquistar o titulo e agente vai seguir na briga mesmo com tudo isso.”

Stephanie sai do mar com os olhos arregalados e parece não acreditar que levou vantagem em casa, pela a equipe dos juizes sendo comandada pelo head jud que perdeu a noção do seu trabalho, em ser imparcial, para dar pontos a sua favorita. Empurrada com um tapinha nas costas Gilmore conquista a sua 1˚ vitória em 2007.

“Eu sei que de todo jeito ela ganhou e não sei como isso esta acontecendo... Foi a primeira vez que surfei numa bateria contra a Silvana e eu estava com muito medo. Ela é incrível, sempre arrebenta fazendo aéreos e manobras alucinantes. Na minha mente ela é a melhor surfista no tour wct deste ano. Com toda certeza essa foi uma das baterias mais difíceis na minha vida.” Diz a australiana que com a vitória assumiu a liderança do ranking com 4308 pts.

Logo depois de Silvana se acalmar, com as orientações de seu técnico Robalo, a atleta sobe para as entrevistas da ASP, sendo aplaudida fortemente por todos que presenciaram a disputa desta bateria. Uma decisão equivoca que pode contar na disputa de um titulo mundial. Na pontuação do ranking Silvana está a menos de 100 pontos de Stephanie, com 4226 e agora segue com muita sede no final de outubro na 6˚ etapa do WCT, Peru América Latina. “Esse resultado foi muito importante e não acredito que perdi mas ainda tem mais 3 etapas”, diz Silvana se conformando com o resultado.

Jacqueline Silva, brasileira há 10 anos no WCT: “Os juizes soltaram muita nota nas ondas da Stephanie e a Silvana saiu prejudicada. Achei injusto o resultado. Não desmerecendo a Gilmore que pegou umas ondas, mas a Silvana surfou muito bem, está na disputa do titulo e veio de dois vice-campeonatos. Tenho certeza que ela entrou para ganhar e ganhou! Só que os juizes não deram. E isso vem acontecendo em alguns julgamentos durante o ano, os juizes acabam soltando mais nota para surfistas que tem nome. Pior é que não é a Stephanie a culpada, quem da nota são os juizes e eu também acho que eles deviam pagar multa.”

Chelsea Georgeson, australiana campeã mundial 2005: Foi uma bateria muito complicada e numa decisão é sempre difícil. As duas surfaram muito bem, disputa acirrada com uma diferença muito pequena. É sempre difícil quando acaba numa situação dessa, para os juizes conseguirem separar quem é a melhor, e eu prefiro não comentar sobre quem saiu na frente.

Layne Beachley, australiana 7X campeã mundial: “Eu não vi a final, mas a disputa do titulo deste ano vai ficar entre a Stephanie Gilmore e a Silvana Lima. As duas tem um surfe muito inovador e estou muito orgulhosa da nova geração do surf feminino no WCT.

Isabelle videomaker viaja para a Australia com o apoio de:
www.lojasbompreco.com, www.vm4.com.br e www.mormaiieyewear.com.br

Confira o vídeo da final na integra:
http://www.youtube.com/watch?v=8qhwIWYJIZ0

Video editado clique aqui:
www.youtube.com/isabellenara
http://www.youtube.com/watch?v=ac-_gA1h5Yo

09 outubro 2007

Açaí é o luxo brasileiro na Austrália


O açaí brasileiro vem conquistando o paladar das tops do WCT feminino na 5˚ etapa em Manly Beach, Sydney NSW Austrália. Todos os dias de manhã rola um café para as atletas e organização e o açaí vem sendo a grande atração. Foi uma exigência no cardápio feita pela australiana 7x campeã mundial Layne Beachley, que é uma grande fã da fruta importada da Floresta Amazônica.”Eu amo comer açaí. É realmente refrescante e ótimo para começar o dia! Como cafeína... e é uma fruta natural muito gostosa”, diz Layne uma das organizadoras do evento se deliciando com o café.

Fazem mais de 3 anos que Américo Tonetti, diretor da Amazon Power, é responsável pela importação e distribuição da fruta em estabelecimentos na Austrália. Eles ensinam a preparar essa fruta tão exótica para o povo australiano. “É legal porque dá energia para os atletas e eles definitivamente adoram”.

Ano passado o açaí também foi solicitado a convite da organização para ser distribuído para os atletas, convidados e staff na etapa em Sydney. O grupo também já trabalhou em outros eventos como o Quiksilver Pro na Gold Coast, onde segundo Américo a fila era grande e freqüentada pelos astros do surf. ”Tinha a fila para o pessoal pegar o açaí na tigela, o pessoal pegava e voltava para o final da fila. Ai vinha conversando para em seguida repetir a dose. Os Tops 44 curtiram muito como o Kelly Slater que sempre tava com um pote na mão. E era engraçado porque agente não vencia de tanto açaí e o pessoal ficava esperando os potes chegarem”. Diz Américo amarradão no negocio que deu certo no mercado do surf.

Enquanto conversava com o Américo sobre o sucesso do açaí por aqui, chegou a surfista australiana Claire Bevilacqua que antes de ir fazer um surf treino perguntou até que horas o açaí fica no café da manhã. E confessou: “Eu adoro comer açaí depois de surfar, porque é uma fruta muito energética. É uma comida muito irada e ótima para a saúde, definitivamente é o meu tipo de comida!”

Jessi Myler Dyer, Nicola Atherton, Silvana Lima também adoram comer açaí. É um pedacinho do Brasil que começa a invadir os principais eventos de surf no mundo.


Agradecimentos para a produção de reportagens na Austrália.
www.lojasbompreco.com, Mormaii Eye Wear