12 outubro 2008

Natureza, Portal para a Transformação Espiritual


SE você ainda não fez Rafting, vá, mas vá forte, por inteiro
Leve apenas o necessário
Procure uma Agência credenciada na ABETA/Sistema de Gestão de Segurança
Permita que a natureza vibre a harmonia em você
Abra seu coração para aventura espiritual
Para a beleza
Para as pessoas maravilhosas que certamente estarão contigo nessa trip
Para a transformação inevitável
Boa viagem !


Alguns anos de experiência praticando, aprendendo, ensinando e compartilhando YOGA, muitas vezes os alunos questionam e eu mesmo me pergunto: quais técnicas são mais eficientes para a Espiritualidade? Como acessar facilmente o esperado silêncio na mente? Os estados alterados de consciência?A Paz Interior?
Sim, existe exercício pra tudo isso! Técnicas a curto, médio e longo prazo, metodologias indianas, chinesas, de lugar nenhum, ou de todos os lugares! Queridas Almas Femininas, tantas meditações me trazem a certeza que o portal para acessar as energias sutis e o equilíbrio interno está ao nosso redor: no sorriso ao encontrar um velho amigo, o olhar das pessoas amadas, uma melodia bonita, um movimento de dança, alguém realizando algo intensamente e especialmente os espetáculos da natureza! Praticar as técnicas Yoguis é apenas o treinamento para nos conectarmos com esses eventos do dia a dia. Pare agora, respire fundo, resgate no registro de sua memória sensorial como é sentir aquele sorriso, olhar ou emoção positiva, multiplique isso dentro de você, transforme algo no mundo tendo isso como combustível e devolva para o universo! A Sutilização da Espiritualidade se confirma com mudanças concretas dentro de você e ao seu redor!
Isso ficou muito claro quando atravessei o Brasil de Curitiba/PR à Palmas/TO para visitar o Jalapão em julho de 2007 fazendo a expedição com a Empresa 4 Elementos. Fiquei maravilhada com a magia daquele lugar composto de belas paisagens, e da mais pura essência da natureza que alimenta até agora cada meditação que vivencio. A viagem foi um verdadeiro espetáculo, sendo cada minuto uma cena e os artistas principais: o sol nascendo cor de rosa e se pondo vermelho rubi, as noites de céu sempre estrelado repleto de estrelas cadentes guiadas pelo cruzeiro do sul, a lua esplendorosa nascendo cada vez com um figurino diferente olhando de perto Scórpion, os pássaros voando, revoadas e razantes de Arara Azul, animais silvestres aparecendo, o Pato Penacho dando canja por vezes, o ar simplesmente cheiroso, as cerras, as chapadas, as dunas, os lagos, a vegetação, a terra cheia de energia, no rio as praias paradisíacas dos acampamentos, a força das cachoeiras, o aquário da mata que reflete sua alma, a floresta que materializa a Fadinha e o Gnomo reais casal protetor do jardim noturno e da cazinha de madeira e o rio de água potável e cristalina que me pareceu fazer rafting sobre um aquário absolutamente transparente com corredeiras alucinantes. A cada paisagem que visualizávamos, humildemente me colocava a reverenciar, pedindo permissão, e proteção ao seres Elementais protetores do lugar e já oferecia agradecimento por estar alí!
Bem, e nos bastidores, a equipe que viabilizava tudo: os guias, que temperavam sua competência técnica com a alma, com brilho no olhar, o coração de chocolate, o carinho com a comunidade local, a programação perfeita, sem contar os jantares inacreditáveis que surgem no meio do nada!
E por vezes cenário, por vezes figurantes do elenco, lá estavam os moradores dos vilarejos do Jalapão, com os quais pudemos conviver muito pouco, pessoas completamente carentes, não só de informação e recursos, mas também carentes de vida, de perspectivas... A estagnação do pensamento hegemônico de conformismo um tanto carimbada no coração dessas pessoas, seja pelos meios de comunicação de massa, pelas instituições políticas e religiosas ou pela pobreza dolorida mesmo. Passando por lá, certamente levamos conosco um pouco do nosso Brasil e deixamos recursos que favorecem essa população. Essa foi a imagem registrada internamente em 2007, e quando uma das turistas me perguntou “Naiana, o que você faria se vivesse aqui ?”, no mesmo instante angustiada respondi que não resistiria em fazer uma revolução cultural-espiritual...
Haaaa, mas Papai do Céu reservava uma surpresa: ao retornar lá em 2008 passando pela comunidade Mumbuca (origem do artesanato divino de Capim Dourado) nos deparamos com a revolução acontecendo: presenciamos a abertura do projeto “Casinha na Árvore”, uma iniciativa de uma líderança Mumbuca, um evento que trata da auto-alfabetização das crianças, maratona de leituras, educação ambiental e resgate da cultura local, como o dialeto Mumbuca e as ervas curativas da região. Nossa! Foi a corredeira “mais emoção” da Expedição Jalapão composta nos olhos dos turistas pelas lágrimas de esperança de um mundo melhor para esse povo brasileiro que só precisa exercer seu direto de manifestar a riqueza incrível que cada Ser guarda em sí! Então, ao visitar “o Brasil como ele é”, no Jalapão ou em outro lugar, faça um Turismo Espiritual, sorria dentro dos olhos dessas pessoas, brinque com as crianças, ensine alguma coisa a alguém, aprenda algo com alguém, troque energia, ofereça uma palavra que alimente qualquer movimento de transformação, não fique só na platéia, invada o palco, interaja com os artistas da natureza e com cada detalhe do cenário... E assim vamos participando para quem sabe um dia o caminho dessas pessoas brilhar como o Capim Dourado podendo sentir, pensar e agir com mais liberdade! E ao retornar à sua Terra, pessoas sentirão o cheiro de água em você!
Desfazer a mochila, nossa! que trabalheira pra organizar tudo que vem junto ... A bagagem volta bem cheinha de coisa boa ... o presente de aprender com as águas, sua determinação que segue em frente com a certeza do rumo que busca o mar, a capacidade de docilmente envolver e ser envolvida pelas pedras sem criar nenhum conflito apenas fluindo pelo caminho que o universo lhe oferece, dosando entre a euforia das corredeiras e a tranqüilidade do remanso, entre o inesperado dos trechos e a segurança de ser parte da mãe natureza ! Um eterno paradoxo ... a adrenalina que corre nas veias mais intensa e explosiva por um lado, mas também oportunidades de conhecer melhor agente mesmo, seja no suspiro que mistura agradescimento-alívio-alegria-queromais, seja nos gritos desvairados, ou na capacidade de confiar ... no ser humano: o guia, o grupo, eu mesma! O escutar a melodia do silencio que por vezes paira pela beleza e nos leva pra viagens incríveis alí, sem sair do lugar, mas sentindo o chão que se move, o Rio! Contemplar a vida, olhar para dentro e sentir tudo isso pulsar como o ritmo da remada, a respiração do grupo que se unifica! Quanta coisa, né?
E assim, pela intensidade das experiências transformadoras vivenciadas, hoje sou aprendiz de Condutora de Rafting pela Praia Secreta Expedições, com o sentimento de levar YOGA pra natureza e encher o YOGA de natureza nessa troca sem fim! Desse ponto de vista leitoras somos apenas colegas de prática de YOGA, pois esse YOGA da Natureza sei que sua essência já conhece. E esse nosso ponto em comum será o ponto de partida para a nossa troca ao longo das edições. No próximo capítulo compartilharemos iniciando sobre as metodologias clássicas e tradicionais de YOGA com exercícios para seu dia a dia. Por hora, a tarefa de casa é meditar sobre o lugar mais especial que você já interagiu!

Namastê,
Naiana – pranaiana@hotmail.com

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